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Política

Braga Netto diz que não ordenou ataques contra chefes das Forças Armadas

O general afirmou não se lembrar da mensagem interceptada pela polícia onde ele autoriza os ataques.

O ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, general Walter Braga Netto, negou nesta terça-feira (10) as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, em 2022. O depoimento foi prestado por videoconferência ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela investigação.

Preso desde dezembro de 2024 por suspeita de obstrução de justiça, Braga Netto afirmou não se lembrar da mensagem interceptada pela Polícia Federal (PF) na qual ele teria autorizado ataques nas redes sociais contra os comandantes das Forças Armadas para pressioná-los a aderirem ao plano golpista. Segundo o general, ele jamais coordenou ou ordenou ataques a chefes militares. “Pelo contato que eu tinha com eles, se tivesse que falar alguma coisa, falaria pessoalmente”, disse.

Foto: Fernando Frazão/Agência BrasilGeneral Braga Netto
General Braga Netto

Braga Netto também é acusado de tentar obter informações sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Durante o interrogatório, ele voltou a negar qualquer contato com o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens, para saber detalhes da colaboração premiada.

Sobre a reunião do dia 11 de dezembro de 2022, apontada pela investigação como ponto de partida dos supostos planos "Punhal Verde e Amarelo" e "Copa 22", Braga Netto afirmou que Mauro Cid ligou pedindo para ser recebido em sua casa e apareceu acompanhado de dois militares desconhecidos. A conversa teria durado entre 20 e 30 minutos. Ele ainda ressaltou que todos deixaram a residência juntos, versão que contraria o depoimento de Cid, que declarou ter saído antes dos demais.

No final do interrogatório, o general respondeu a perguntas de seu advogado e esclareceu que, ao mencionar uma "intervenção", referia-se à operação de segurança pública conduzida no Rio de Janeiro, e não a qualquer articulação golpista. Braga Netto também negou envolvimento em planos para ass o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Disse ainda que não teve contato com financiadores dos acampamentos antidemocráticos e afirmou que diversas pessoas queriam doar para a campanha de Jair Bolsonaro, mas não diretamente ao Partido Liberal.

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